Miguel Hidalgo é vice-campeão mundial e alcança o melhor resultado da história do Triathlon brasileiro

Miguel Hidalgo escreveu na madrugada deste domingo, 19, um capítulo histórico para o triathlon nacional. Ao terminar a etapa final do Circuito Mundial, em Wollongong (Austrália), na quarta posição, o brasileiro de 25 anos garantiu o vice-campeonato mundial da temporada, neste que é o melhor resultado já alcançado por um triatleta do país em todos os tempos.

“Estou muito feliz com o vice-campeonato, este foi o primeiro ano realmente brigando pelo título e, nos próximos anos, não vão faltar novas oportunidades. Estou orgulhoso do que fiz e quero agradecer a todo mundo que acordou às três horas da manhã para me assistir”, celebrou Hidalgo, logo após a prova.

A disputa marcou o encerramento da temporada organizada pela World Triathlon, que desde 2009 utiliza o formato de circuito para coroar o campeão mundial — substituindo o antigo modelo, vigente entre 1989 e 2008, quando o título era decidido em uma única corrida. Atualmente, são considerados os três melhores resultados do ano em etapas do Circuito Mundial ou em campeonatos continentais, além do desempenho no Finals.

Hidalgo chegou a Wollongong em segundo lugar no ranking, atrás do australiano Matthew Hauser, e com vantagem mínima sobre o português Vasco Vilaça. Mas a confirmação do vice-campeonato mundial neste domingo não foi tão simples como se poderia imaginar. O brasileiro encerrou a prova de natação em 26º lugar e perdeu ainda outras sete posições após a primeira transição. A distância para os líderes, onde estava Hauser, aumentou mais no ciclismo, chegando a 57 segundos ao final dos 40km.

Sob risco de ficar fora do Top 3 na temporada, o triatleta brasileiro mostrou porque é um dos melhores corredores do mundo, saindo do 19º lugar ao fim do ciclismo para cruzar a linha de chegada em quarto (01:43:41) – e superando Vilaça no quilômetro final. A vitória da etapa ficou com o anfitrião Hauser (01:42:42), seguido pelo espanhol David Cantero (01:43:15) e pelo italiano Alessio Crociani (01:43:22).

“Precisei ter muito sangue frio, hoje não foi dos melhores dias para mim na natação e na bike. Em alguns momentos, estava virtualmente em quinto ou sexto lugar no campeonato. Mas conseguir recuperar bem, tive um final de corrida muito bom. De qualquer maneira, se eu estivesse no grupo da frente, já seria impossível conquistar o título mundial, porque precisava colocar dois atletas entre mim e o Hauser”, analisou o brasileiro.

A temporada 2025 de Hidalgo no Circuito Mundial foi marcada pela consistência de resultados: vitória em Alghero (Itália); prata em Karlovy Vary (República Tcheca); bronze em Yokohama (Japão) e na Riviera Francesa; quarto lugar em Hamburgo (Alemanha) e no Finals em Wollongong; além da décima posição na etapa inaugural, em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos). Dessa forma, o brasileiro somou 3.769,95 pontos, entre os 4.250,00 de Hauser e os 3.690,12 de Vilaça, entrando definitivamente na elite mundial do triathlon.

Uma das explicações para o sucesso do brasileiro está no planejamento elaborado em conjunto pela CBTri e sua comissão técnica. Hidalgo realizou uma série de training camps ao longo da temporada, como em Font-Romeu (França) no primeiro semestre e em Barcelona (Espanha), antes desta competição na Austrália.

O triatleta terá a oportunidade de celebrar mais esta conquista na carreira ao lado do torcedor brasileiro. Isso porque ele estará em Florianópolis (SC), entre os dias 15 e 16 de novembro, para a etapa da Copa do Mundo.

Djenyfer Arnold fica em 17º no feminino

A largada da prova feminina ocorreu três horas antes da masculina, e o Brasil esteve representado por Djenyfer Arnold. Assim como Hidalgo, a atleta olímpica não iniciou a prova entre as primeiras colocadas e precisou reduzir a desvantagem para as adversárias no ciclismo e principalmente na corrida.

“Saio feliz com esta 17ª posição no Finals. Esperava um resultado um pouco melhor, mas fiquei para trás devido à natação e aí foi sobrevivência até o fim. Consegui fazer uma corrida de recuperação e fecho o dia de hoje satisfeita”, analisou Djenyfer, que encerra a temporada do Circuito Mundial em 19º lugar, com 1.567,06 pontos.

A brasileira ganhou duas posições no ranking após esta etapa decisiva. A brasileira somou pontos na temporada graças ao título continental em Calima (Peru), ao 15º lugar em Yokohama e ao 17º em Karlovy Vary.

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Crédito da foto: Tommy Zaferes/World Triathlon

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