Triatleta olímpico do Brasil é taxativo durante Live da ABCD: “Uma carreira vai ser duradoura se ela for limpa”

Diogo Sclebin, que representou o país nos Jogos de Londres 2012 e Rio 2016, participou do evento online junto ao gerente de Alto Rendimento da CBTri, Rodrigo Milazzo, e do diretor técnico da ABCD, Anthony Moreira

m mais uma ação educativa, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) promoveu uma Live, nesta sexta-feira (25.03), com a Confederação Brasileira de Triathlon (CBTri) para difundir a cultura do Jogo Limpo. Com mais de 20 anos no esporte, o triatleta Diogo Sclebin, que representou o Brasil nos Jogos de Londres 2012 e do Rio 2016, deu um importante recado para quem quer ter uma carreira duradoura.

“Tem que se manter em alto nível sem a utilização do doping. Uma carreira vai ser duradoura se ela for limpa, se o atleta estiver jogando limpo”, afirmou Diogo Sclebin durante a Live. “A gente tem que partir desse princípio, o merecedor da vitória é quem está limpo”, prosseguiu o triatleta de 39 anos.

Ele comparou o fato de um atleta vencer uma competição fazendo uso de substâncias proibidas com um candidato de concurso com apenas uma vaga que passou em primeiro lugar fraudando a prova. “Você vai aceitar na boa que você tirou uma nota 90 e o outro 100, mas a prova dele foi toda colada? E mesmo assim ele ocupa o cargo, recebe salário e segue a vida dele”, exemplificou Diogo Sclebin.

As parcerias com as confederações integram a estratégia da ABCD para aumentar a capilaridade das ações antidopagem. O diretor técnico da Autoridade Brasileira, Anthony Moreira, ressaltou que as iniciativas educacionais passaram a ter um padrão internacional, com um documento específico, e que norteiam o Plano de Educação no Brasil.

“A gente priorizou que o primeiro contato do atleta com a antidopagem não pode ser pelo controle, por meio do teste ou coleta de amostra. O atleta deve ter esse primeiro contato pela educação. Significa a gente ir ao clube, à escola, à Secretaria de Educação e promover eventos, Lives para dar oportunidades de sensibilização do atleta e do pessoal de apoio deles”, explicou Anthony Moreira.

A aproximação com as organizações esportivas é muito importante nesse engajamento da comunidade esportiva, segundo o diretor. “Quem tem aproximação com os atletas é a confederação e o apelo deles é muito maior. Por isso, entendemos que as confederações devem estar alinhadas conosco neste intuito de educação”.

A CBTri é uma das confederações que aderiram ao Programa Jogo Limpo da ABCD, que tem como um dos pilares a divulgação de informação oficial antidopagem. “Todos os atletas estão envolvidos nesse contexto de educação antidopagem. Trazemos o tema para eles e para os treinadores com os boletins que recebemos da ABCD, eles ficam sabendo de todas as atualizações e informações divulgadas”, disse Rodrigo Milazzo, gerente de Alto Rendimento da CBTri.

“A gente conversa com eles, o que pode ingerir, explica o procedimento de coleta de amostras e sempre acompanhamos os atletas durante os testes, para que fiquem mais seguros”, continuou. Outra recomendação é que os esportistas façam o curso de educação antidopagem (ADEL) da Agência Mundial Antidopagem. Os módulos traduzidos estão disponíveis no site da ABCD.

Segundo Rodrigo Milazzo, a CBTri oferece todo suporte aos atletas nas competições. “ A gente conversa com eles, o que pode ingerir, explica o procedimento de coleta de amostras e sempre acompanhamos os atletas durante os testes, para que fiquem mais seguros”.

Alimentação e treinos

Com as informações em dia, o recado de quem tem mais de 120 competições internacionais no currículo é treinar, se dedicar e cuidar do corpo. “Conforme a gente vai envelhecendo, o treino tem que ser mais eficiente, já que a recuperação não é mais a mesma. Já cheguei a treinar em média de 30 horas semanais, hoje treino por volta de 25 horas”, descreveu Diogo Sclebin. São duas sessões diárias, uma pela manhã e outra à tarde, alternando corrida, ciclismo, natação, fisioterapia e musculação.

“A alimentação é muito regrada, a preocupação com o que a gente ingere, principalmente com suplemento, é algo que eu tenho que é excessiva, por que as vezes acontece de o atleta ter um doping não intencional por ingestão de algum suplemento contaminado. Remédio eu praticamente não tomo remédio nenhum. Se for necessário, eu entro em contato com a ABCD, escrevo para o médico, pesquiso na Lista de Substâncias Proibidas, mas procuro evitar ao máximo tomar remédio”, concluiu o triatleta.

Para o gerente da CBTri, como qualquer esporte, no triathlon há a necessidade de se treinar bastante para chegar ao alto rendimento, mas é necessário desmistificar a ideia que somente “super-humanos” praticam a modalidade. “Se a gente tem no topo da pirâmide os atletas de alto rendimento, a base são os que praticam por prazer e para isso não precisa fazer uma prova muito longa”.

Para Rodrigo Milazzo, esse é o segredo para aumentar o número de praticantes da modalidade no Brasil, com cerca de um milhão de adeptos no mundo, mas com apenas 30 mil no país. “Acredito que a melhor forma para que aumente o número de praticantes é expor o esporte. Mostrar como ele é”. Para isso, o planejamento para o Brasil fazer um bom papel nas Olimpíadas de Paris 2024 já começou.

Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania

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